04-03-2025, 09:23 PM
Xzedopau escreveu: (04-03-2025, 09:04 PM)Na verdade, ele constatou isso ano passado na mesma época que o carinha do Dragon Quest aí, não é história antiga. Produtores top da Square tudo manjam o suficiente de inglês sim para saber o que rola no trabalho deles, isso de "não saberem" é mito, só é verdade para outros idiomas fora o inglês.
Isso que você falou de motivação ideológica do tradutor só é verdade pra coisas tipo legendas de animezinhos de quinta categoria que usam algum iniciante que ninguém supervisiona direito por ser algo muito nichado.
Pra jogos do porte de Final Fantasy, não é o caso independentemente da visão ideológica do localizador, porque o problema não são os localizadores, na verdade, não são nem os "wokes". Isso é um problema de gerência, marketing e da cultura norte-americana em geral.
Olha só o Dragon Ball, por exemplo. Aqui no BR e nos outros países, a localização e dublagem são mais simples, focando em transmitir a mensagem com fluência e alguma criatividade, com apenas algumas zoeirinhas aqui e ali em prol do fanservice. Rola umas mudanças de script aqui e ali sim, mas nem de longe no mesmo nível.
Mas nos EUA a coisa sempre foi diferente muuuito antes da cultura woke. Eles sempre procuraram "originalizar" o máximo possível as obras estrangeiras para a cultura deles muito antes de a palavra "localização" sequer existir. A cultura woke foi apenas a moda do momento para refletir isso. No Dragon Ball Z, por exemplo, romantizaram exarcebadamente vários diálogos do Goku contra Freeza (com ele falando "I'm the light in the shadow etc" num discursinho heroico que nem existe nada próximo no original e nem no BR), entre outros casos. Até uma trilha sonora toda refeita e americanizada fizeram.![]()
Outra coisa muito importante é o ESRB rating, que aparentemente sempre passa despercebido nessas discussões de localização mas que é disparado o maior vilão em qualquer censura que você encontra por aí. Qualquer piadinha de gorda ou pouca bosta assim já é o bastante para o jogo correr o risco de ter uma faixa etária maior, e isso não é culpa de nenhum localizador, eles têm que obedecer e pronto.
Quer um exemplo? Se você procurar uma vaga de localizador em empresas tipo Nintendo, uma das primeiras coisas que você vai ter que fazer é estudar ESRB e estar em conformidade com eles. O caso mais recente disso foi no remaster do Paper Mario, cujo original tinha uma piada de uns goombas assediando a Goombella e no remaster tiveram que refazer todo o diálogo só porque hoje em dia daria merda no rating do jogo.
No caso do Dragon Ball é bem complicado. No Super, no Mangá, nos primeiros volumes o Goku tinha um sotaque: ''Nussa, nóis teim qui si apressa''. Bem de caipira mesmo. Mas foi mal recebido e logo ele voltou a falar normalmente. Nem tinha sentido, pois o Goku no Mangá original não tinha esse sotaque.
Mas no Anime do Super é ainda pior. Tem coisas como personagens falando: ''Tá tranquilo. Tá favorável''. Esse tipo de localização é bizarra ou absurda, pois além de não ter relação com a obra, depois de um tempo vai envelhecer e ninguém vai saber a razão de estar lá.
Sobre a ESRB, tem que ver também que é uma roleta russa. Meus dois jogos lançados no Switch tem o mesmo tipo de conteúdo. Mas um deles tem classificação livre e o outro Teen. Mas tem o mesmo tipo de conteúdo mesmo. Devem ter passado por outro tipo de pessoa.