Terminado.
Ow, tem condição não, gostei demais. Se ele fosse mais curto, tava no meu top 10 da década passada.
Mesmo a Nintendo lançando RPGs aqui e ali (tipo Xeno, Golden Sun, Paper Mario, etc.), geralmente eles são feitos por estúdios parceiros. Posso estar comendo bola, mas esse talvez seja o único JRPG feito 100% pelos estúdios internos da Nintendo (isso se você não quiser entrar na discussão do Zelda ser RPG ). E talvez por isso é fácil sentir que Miitopia tá pra JRPGs do mesmo jeito que Splatoon tá pra Third Person Shooter: abraça umas convenções, ignora várias, e no fim você tem um jogo tão diferente que é até compreensível falar que não é mais do mesmo gênero.
A maior arma do jogo é o humor, e como está impregnado em tudo: da história à mecânicas de combate, tudo funciona bem porque ele não se leva a sério. Sua party de Miis está sempre interagindo e tendo reações hilárias entre si. É aquele nível de bobeira que você costuma ver em jogos da Nintendo mesmo, o que eu acho do caralho.
O que curti muito no jogo é o sistema de combate, que é todo construído em volta do poder da amizade. Dependendo do nível de afeto entre os Miis, eles aumentam a força um do outro, atacam juntos, protegem um ao outro, ou só geram interações engraçadas mesmo. O jogo é muito montado pra você lutar no modo automático e só interferir quando necessário, e quanto maior a amizade, meio que mais capazes eles se tornam e mais responsáveis eles são um com os outros.
Acho que o único problema dele é a duração, porque ele tem uma barriga meio estranha ali no meio. Zerei só em 22h, e lembro nitidamente que nas primeiras 4 eu acho eu nem conseguia parar de sorrir de tanto que eu tava curtindo. Mas chega um momento que o jogo não apenas para de introduzir novidade, como até o conteúdo/estrutura acaba repetindo um pouco, o que diminui muito o encanto até então. Felizmente nos 3/4 do jogo tem um twist que muda bastante a dinâmica das coisas, o que deu uma boa renovada no ânimo, mas aquela barriga foi um pouco difícil de ignorar (tanto que larguei o jogo. Só voltei agora, alguns meses depois). Senti que dava pra comprimir num jogo de 10h~13h e ele já seria do caralho.
Fico chateado também com a situação em que ele foi lançado: ele saiu quando o Switch já tava no mercado, aka o momento que ninguém mais tava falando sobre o 3DS. Mesmo que ele não pareça um jogo que seria popular à primeira vista, ele é na mesma vibe (e mesma equipe) do Tomodachi Life, que somehow vende bem até nos EUA. Por conta desse lançamento, eu senti que ele fez 0 barulho.
Mas to feliz que ele tenha sido feito pro 3DS, especialmente porque eu não enxergo esse jogo existindo no Switch: é muito importante pra experiência que você use Miis de pessoas que você conhece: amigos, colegas de trabalho, gente do fórum, etc. Muito da graça do jogo vem disso. No 3DS, por conta da força do StreetPass/SpotPass, é meio seguro assumir que a maioria dos jogadores tem uma penca de Miis no console. Já no Switch, tem gente que tem o console há anos e nem sabe/lembra que ele tem uma ferramenta pra montar seu Mii.
Mas enfim, adorei o jogo. A barriga que eu comentei diminuiu o carinho por ele, mas ainda assim acho ele sensacional, nunca joguei nada igual. Valeu a pena demaaaaais jogar essa bagaça.
Não sei o que vou pegar pra jogar agora. Só sei vai ser algo de Switch, pra aproveitar que os Joycons voltaram do conserto.